A Síndrome de Burnout – distúrbio psíquico causado pela exaustão extrema, sempre relacionada ao trabalho – atinge 30% dos profissionais brasileiros, segundo a organização International Stress Management Association no Brasil (ISMA-BR). Este ano, o problema passou a ser reconhecido como doença ocupacional.
Neste mês, marcado pela campanha Janeiro Branco, que visa chamar à atenção para saúde mental, a psicóloga do Sistema Hapvida, Michelle Costa, explica que Burnout é um distúrbio de ordem emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico e psicológico resultante de situações de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade. “A principal causa da doença é justamente o excesso de trabalho”, aponta.
De acordo com a especialista, a Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID) para Síndrome de Burnout era o Z-73 (problemas relacionados com a organização do modo de vida). Mas, pelo número crescente de casos, foi necessário que a Organização Mundial de Saúde reavaliasse a gravidade da síndrome e a definisse como uma doença. “Importante ressaltar que é uma doença séria e que deixa sequelas graves se não for devidamente tratada”, alerta.
Diagnóstico x Tratamento – Michelle Costa ressalta que para diagnosticar a Síndrome de Burnout, o profissional de saúde – que pode ser um psicólogo ou psiquiatra –, geralmente, identifica os três principais sintomas, que são: exaustão, menor identificação com o trabalho e sensação da redução de capacidade profissional e procurando saber se estes estão relacionados ao trabalho.
Já com relação ao tratamento do distúrbio, a psicóloga afirma que pode ser feito com medicamentos, mas, no geral, requer acompanhamento médico e psicoterapia. “A assistência psicológica é muito importante, pois o terapeuta ajuda o paciente a encontrar estratégias para combater o estresse”, pontua e acrescenta que é importante as pessoas não ignorarem os sintomas e darem a devida importância aos sinais que o corpo e a mente (emocional) estão sinalizando.
Mais informações – A mudança da CID assegura aos trabalhadores o acesso ao afastamento por licença médica e, em casos de extrema gravidade, é possível recorrer à aposentadoria por invalidez.