A Câmara Municipal de Campina Grande se pintou de amarelo na manhã desta quinta-feira, 26, para por em pauta uma assunto que rompe o silêncio e quebra paradigmas com um objetivo claro e fundamental: salvar vidas, chamando a atenção para a necessidade de falar sobre o suicídio, oferecer ajuda, ouvir, apontar o devido tratamento. A solenidade atendeu a um requerimento do vereador Galego do Leite (Podemos).
“Propomos a audiência por uma sugestão da psicóloga doutora Cristiana Costa, afinal, os números referentes aos casos de suicídio no Mundo e no Brasil são alarmantes, representam uma verdadeira epidemia e a sociedade não pode mais optar pelo silêncio, fingindo que nada está acontecendo. Há um problema e existe solução, existe tratamento, logo, é preciso falar sobre isso”, disse Galego.
Presente à solenidade, a psicóloga Cristiana Costa destacou a importância de eventos do tipo, pela oportunidade que representam de abordar o assunto de maneira clara, aberta e com o envolvimento de diversos segmentos da sociedade civil. Segundo Cristiana, quebrar o silêncio é um caminho essencial para o sucesso da luta contra o suicídio.
“É de grande importância uma audiência pública como esta, aberta ao público, para a sociedade poder discutir a problemática que é o suicídio, um tema de saúde pública. A proposta é essa, que todos possam falar sobre o suicídio porque hoje nós entendemos que a prevenção acontece a partir da fala, ou seja, falar sobre o assunto é a grande solução”, afirmou a especialista.
Também participou da audiência a psicóloga, especialista em terapia cognitiva-comportamental, Raissa Nóbrega, da Hapvida, que falou sobre a relação das redes sociais e o suicídio, tendo como maiores vítimas os jovens. Ela ainda ressaltou que o suicídio é um fenômeno social, sendo fruto da fragilização de laços sociais, da perda do controle do Estado, da figura paterna, do enfraquecimento que o sujeito se vê muitas vezes desvinculado da sociedade.
Assim como Cristiana e Raissa, participaram da solenidade psicólogos, psiquiatras, especialistas de diversos ramos, além de representantes de diversos segmentos da sociedade e de instituições com expertise na luta contra o suicídio. “Foi um momento bonito, importante, em que pautamos todos juntos uma luta que não pode se restringir apenas ao mês de setembro”, lembrou Galego do Leite.