Guilherme Fontana(Imagem: Ascom)

Com o segundo semestre em andamento, muitas famílias já começam a se preocupar com despesas sazonais e com o desafio de fechar o ano sem dívidas. Matrículas escolares, festas de fim de ano, viagens, presentes e outros gastos típicos do período podem desestabilizar o orçamento de quem não se planejou. Para evitar esse cenário, o especialista em Gestão Financeira e professor da Estácio Paraíba, Guilherme Fontana, reforça a importância do planejamento e da disciplina financeira.

“Para lidar com as despesas sazonais, como Natal e matrículas escolares, o ideal é planejar com antecedência. É preciso mapear essas despesas, estimar os valores e incluí-las no orçamento mensal, diluindo o impacto ao longo dos meses que antecedem esses compromissos”, afirma Fontana. Segundo ele, a criação de uma reserva específica para essas demandas é uma prática eficiente. Rever despesas fixas e variáveis e buscar ajustes temporários também ajudam a manter o equilíbrio sem comprometer a saúde financeira.

Quitação de dívidas sem perder o controle

Outro desafio comum nesta época do ano é a tentativa de quitar dívidas antes de janeiro. De acordo com o especialista, é possível alcançar esse objetivo sem desorganizar o orçamento mensal — desde que se adote uma estratégia clara. “O primeiro passo é organizar todas as dívidas em uma planilha ou aplicativo, listando valores, prazos e taxas de juros. A partir disso, deve-se priorizar as que têm os juros mais altos, como o cartão de crédito e o cheque especial”, orienta.

Fontana destaca ainda a importância de buscar negociações com os credores. “Em muitos casos, é possível conseguir descontos em pagamentos à vista ou parcelamentos com taxas mais baixas. O segredo é fixar um valor realista dentro do orçamento para esse fim e evitar assumir novas dívidas enquanto as antigas ainda estão em aberto”, alerta. Ele recomenda cortar temporariamente despesas não essenciais e redirecionar essa economia para acelerar a quitação dos débitos.

Lazer com consciência evita arrependimentos em janeiro

Mesmo diante dos cuidados com as finanças, é possível curtir as festas de fim de ano sem comprometer os objetivos financeiros de longo prazo. A recomendação de Fontana é simples: “O equilíbrio entre lazer e metas financeiras começa com autoconhecimento e planejamento. Defina, com antecedência, um limite de gastos com festas, viagens e presentes, sempre respeitando seu orçamento e prioridades como reserva de emergência, investimentos e quitação de dívidas.”

Uma dica prática é criar uma categoria específica no orçamento para lazer. Isso ajuda a manter a consciência durante os gastos e evita exageros. “Não é necessário abrir mão do lazer, mas é importante consumi-lo com inteligência. Busque promoções, priorize experiências significativas em vez de excessos e, sempre que possível, pague à vista. Assim, você consegue se organizar para aproveitar o fim do ano com qualidade e entra em 2026 sem dívidas ou frustrações”, afirma o especialista.

Hora de investir ou reforçar a reserva de emergência?

Outro dilema comum nesta época do ano é decidir se é o momento certo para começar a investir. Para Fontana, a prioridade ainda deve ser o fortalecimento da reserva de emergência. “Essa reserva deve cobrir, idealmente, de três a seis meses do custo de vida, contemplando despesas essenciais como moradia, alimentação, saúde e educação”, explica. O foco, segundo ele, deve estar em reduzir gastos não essenciais e redirecionar esses valores para a construção desse colchão de segurança.

Somente após essa etapa estar bem estruturada é que o investimento deve ser considerado. “Investir sem ter uma reserva de emergência pode gerar mais insegurança do que retorno. O momento certo para investir começa com o equilíbrio financeiro básico — e esse é um bom objetivo até dezembro”, conclui.

Assessoria