No primeiro semestre deste ano, a Paraíba registrou 15.871 casos referentes à chikungunya, conforme boletim epidemiológico publicado pela Secretaria Estadual de Saúde. Muitos pacientes se queixam da permanência das dores articulares, após a fase aguda da doença. Uma alternativa para aliviar os quadros dolorosos nas fases da enfermidade é a fisioterapia.
Com base no guia de manejo clínico, recomendado pelo Ministério da Saúde, a fisioterapeuta Welika Silva, do Grupo Hapvida HDI de Campina Grande (PB), ressalta que o tratamento deve ser considerado desde a fase aguda da chikungunya. No entanto, nas etapas em que a dor e o edema começam a regredir, podem-se recomendar exercícios ativos, até o limite da tolerância do paciente.
“O Ministério da Saúde orienta adicionar exercícios isométricos mais vigorosos utilizando os princípios de proteção articular e conservação de energia. Os objetivos são restabelecer a mobilidade articular e a força muscular e evitar a progressão ou instalação de deformidades. É importante orientar o paciente sobre o posicionamento adequado para realização desses exercícios, de modo a favorecer a proteção articular e o retorno venoso”, explica.
A fisioterapeuta ainda sugere a realização de movimentação ativa das articulações acometidas ao acordar, cinco vezes ao longo do dia e antes de dormir. É necessário evitar atividades que sobrecarregam as articulações, atividades repetidas, carregar peso e deambular longas distâncias.
Segundo Welika, o retorno das atividades diárias deve ser gradativo, respeitando o limite da dor e a sobrecarga articular. Ela ainda orienta exercícios e atividades com movimentação ativa e de aumento gradual para deslizamento tendinoso, alinhamento das articulações e diminuição da sobrecarga articular.
“Também é importante a realização de alongamentos diários. Manter a utilização das compressas frias com a mesma frequência da fase aguda. Em situações especiais pode-se utilizar calor”, conclui a especialista.
O que é chikungunya?
É uma arbovirose cujo agente etiológico é transmitido pela picada de fêmeas infectadas do gênero Aedes. No Brasil, até o momento, o vetor envolvido na transmissão do vírus chikungunya (CHIKV) e o Aedes aegypti (ORGANIZACION PANAMERICANA DE LA SALUD, 2011).
O vírus chikungunya (CHIKV) foi introduzido no continente americano em 2013 e ocasionou uma importante onda epidêmica em diversos países da América Central e ilhas do Caribe.
No segundo semestre de 2014, o Brasil confirmou, por métodos laboratoriais, a presença da doença nos estados do Amapá e Bahia. Atualmente, todos os Estados registram transmissão desse arbovírus. Esta arbovirose também pode se manifestar de forma atípica e/ou grave, sendo observado óbitos.
Destaca-se que a doença pode evoluir em três fases:
1- Febril ou aguda: tem duração de 5 a 14 dias;
2- Pós-aguda: tem um curso de até 3 meses;
3- Crônica: Se os sintomas persistirem por mais de 3 meses após o início da doença, considera-se instalada a fase crônica.
Em mais de 50% dos casos, a artralgia (dor nas articulações) torna-se crônica, podendo persistir por anos.
Quais são os sinais e sintomas da chikungunya?
Febre.
Dores intensas nas articulações
Dor nas costas
Dores pelo corpo.
Erupção avermelhada na pele
Dor de cabeça.
Náuseas e vômitos.
Dor retro-ocular
Dor de garganta
Calafrios
Diarreia e/ou dor abdominal (manifestações do trato gastrointestinal são mais presentes em crianças).